sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sem preocupações

Olá!

Pois é, já não dava sinais de vida há um tempinho valente. "Oh, não foi assim há tanto tempo" dizem vocês. Ao que eu respondo: "É relativo!". E é relativo porquê? Ora veja-se: 10 minutos podem não parecer nada numa vida inteira, assumindo que se fala de uma vida de 70/75 anos. Mas 10 minutos num exame já dá para fazer uma perguntinha que vai decidir a nossa passagem! "Ah e tal mas mesmo na vida de 70/75 anos 10 minutos podem ser muita coisa porque o que interessa não é a duração mas sim a intensidade dos momentos". Está bem, mas não me apetece falar disso!

Vinha aqui falar de algo que vivi recentemente. Gostava de já ter partilhado isto com os milhares e milhares de pessoas que, diariamente, visitam este blog, mas só agora é que acordei de um sonho de 11 dias, em que vivia num paraíso. Não vou descrever porque iria causar uma onda de inveja geral e não quero gerar conflitos, mas garanto-vos que foi, de facto, um paraíso aquilo que vivi nos últimos dias.. O meu caro Rhiakath d'Angoulême (e não fiz copy paste desta vez) que o diga.

Como estava a dizer, procuro partilhar algo convosco: a vida sem preocupações!

"Que horas são?"
"Quê que isso interessa?"
"Nada, tens razão!"

E não tínhamos horas para fazer nada, porque fazíamos quando nos apetecia (não se preocupem que não vou voltar a falar de pão com salsichas!). Todo o pequeno pormenor nos parecia indispensável, porque quando vivemos a vida sem preocupações e sem nada que nos atormente, conseguimos tirar melhor partido de tudo aquilo que nos rodeia. Repare-se:
à beira da piscina, tínhamos uma pequena sombra proporcionada por umas tábuas de madeira que eram cobertas por uma hera que terminava em forma de repa (ou franja). Quantas vezes não me sentei lá só a saborear aquela sombra e a vista magnífica que tínhamos para as montanhas e vales que nos cercavam e para o rio Douro que reflectia o Sol... Mas só me foi possível fazê-lo porque não tinha nada que me preocupasse (e porque o Zé me convidou para ir para casa dele de férias xD). Se estivesse angustiado, preocupado, ou com algo para fazer (por exemplo estudar para exames) não o faria porque mesmo que não estivesse ocupado a resolver o problema, não iria saber aproveitar convenientemente o tempo...
Levantava-me, normalmente, por volta das 16h, mas, mesmo assim, o dia parecia-me maior do que nunca! Não me preocupava por me levantar "tarde" (outra vez pão com salsichas?)! O Sol até se punha mais tarde e tudo, para eu aproveitar o dia (ninguém me tira da cabeça que foi um bónus por viver sem preocupação).

Onde é que eu quero chegar com isto? Viver sem preocupações só vai fazer com que consigamos aproveitar melhor os nossos dias e todas as actividades que normalmente realizamos sem lhes atribuir o devido valor. Sentar-me à sombra seria algo completamente normal num dia comum do dia-a-dia actual. Mas sentar-me à sombra sem preocupações, podendo aproveitar para apreciar e saborear o mais pequeno pormenor que daí advém, já é algo que não se faz todos os dias.

Sei que seria um texto completamente utópico se a sua moral fosse: "Ah e tal vivam sem preocupações". Pois então que seja: "Vivam sem preocupações". Não digo que não se preocupem, mas vivam sem se preocupar; já nos basta quando temos mesmo problemas com os quais temos que nos preocupar e aplicar para resolver, para vivermos constantemente em busca de algo que nos tire a paz. Parece-me que o ser humano tem mesmo esta capacidade, a de atrair preocupações ("Ah estou tão feliz agora.... mas não sei, acho que isto não vai durar para sempre.. se calhar algo corre mal e eu não sei.... Oh, agora vou ficar a pensar nisto... Que merda, estou preocupado!").

Pensem nisso, mas sem se preocuparem.

Deixo-vos isto ao som de Bob McFerrin - Don't Worry Be Happy...

Pode ser que para a próxima venha falar de dinheiro, ao som de Money dos Pink Floyd xD

PS: Para quem não percebia até agora, acho que acabei de tornar um pouco mais clara a troca de "Yes!" que se vê frequentemente entre os "postadores" deste blog!

Os melhores cumprimentos!

sábado, 24 de julho de 2010

Chatos e Condescendências

24/07/10
Regressei a casa depois de uma semana do melhor que há na "Paradise Villa Of Melres" e, depois de me tostar todo, depois de me molhar todo, depois de me grizar todo, etc, ainda me lembro de algo que ocupou (e muito) o meu tempo durante esta super-semana - o Exmo. Colega de vocabulário tanto visionário como entediante Valter Felismino a usucrinar-me a cabeça para fazer um post aqui neste blog! Agora que já cheguei ao Porto, porque não fazer a vontade ao rapaz? Pelo menos parará de me chatear durante o tempo suficiente para deixar um gajo marinar a cabeça em tranquilidade... Cumpra-se isso e amanhã estaremos mais próximos da paz mundial!

Tentando ser tendencioso, pus-me ontem a contemplar um pedaço de gelatina, porque aparentemente os presados amigos, colegas e irmãos deste blog parecem, não sei como, extrair significados fluidos e dignos de uma leitura à la Joaquim Coimbra a partir de milagres culinários, como uma pizza e pão com salsichas, e neles contemplar temas tão contextualmente desinteressantes que acabam por ser interessantes (porque neles o sentido existe, só que ele não interessa para nada). Conclusão, a gelatina estava mesmo boa, mas não serviu os propósitos criativos que se esperavam... Vocês não sabem, mas por esta altura nem tenho título, só porque ainda não sei do que falar... É aqui que se começa a vacilar, porque o problema nisto tudo é que nem sei do que vou falar, porque isto é apenas um forma de me livrar de um constante recurso à audição e à paciência quando ouço: "Hey, oh Gil, podias escrever alguma coisa para o blog!"... Acreditem, consegue chatear! Chateia muito mais por eu ter a noção que estou a ser manipulado, consciente ou inconscientemente, de uma maneira mesmo manhosa. É que, se virmos bem, eu só estou aqui hoje e agora só porque quero me livrar de futuros constrangimentos provinientes de frequentes solicitações para vir cá escrever e consequentemente atingir a paz de espírito, ou seja criou-se em mim a necessidade de escrever, não porque tive um brainstorm fixe para postar aqui, mas porque fui vítima de uma chantagem implicita. Parece que chatear as pessoas consegue ser uma estratégia fixe para conseguir o que queremos... E ainda por cima as pessoas não fazem isso porque nós querermos, elas fazem isso porque nós as fizemos querer fazer isso, ou seja a motivação extrínsica passa a intrínsica --> aqui está a prova que ainda devia de ter mais uns dias de férias antes de escrever! O resultado de toda esta realidade, presente nesta tentativa de resgatar o merecido descanso e preservar a minha paciência, acaba por ser a vontade de dizer: Valter meu filho da p***!! Que chato da piça!
...
Mas no final de contas acabei por escrever e até me diverti a fazê-lo! É essa a verdade!


Moral da história:
-Afinal a gelatina é tão fiável catalisador de estupidez como pães com salsicha e pizzas;
-Férias são a melhor cena de sempre porque nelas qualquer coisa faz parte de um paraíso qualquer;
-Quando quiserem algo de alguém chateiem essa pessoa, porque ou vos mandam sempre dar uma volta ou fazem aquilo que vocês querem que seja feito, logo não se perde nada;
-Quando quiserem algo de vocês próprios, mas dá aquela preguiçazita, deixem-se chatear!;
-O Valter é um ... um ... ... ... Gusfraba! Gusfraba! Eu amo você Valter Antero, mas vai para o c******! =D

PS.: Desculpem a falta de conteúdo... A culpa é do Valter! =X

quinta-feira, 22 de julho de 2010

0,333333333333333...

Estava eu e o meu irmão a consumir uma típica refeição de Verão, bastante leve e de fácil digestão, quando um raciocínio inútil e despropositado (típico) me atravessou a mente:

Ora terminamos nós a nossa primeira pizza quando decidimos colocar uma terceira no microondas e dividir esta última por dois. Nisto aparece a minha mãe e diz: "deixem-me uma fatia para mim por favor...".

Grave problema...

Gravíssimo diria eu...

Como dois irmãos que somos, contávamos dividir a terceira pizza "irmamante": nem mais nem menos para nenhum de nós. Ora, como temos o hábito de cortar uma pizza em quatro grandes fatias de igual tamanho e a minha mãe queria uma delas, sobrariam três fatias para dividir por dois.

E dizem vocês:
"Ah e tal, porque é fácil... Porque basta cortar a terceira fatia ao meio...".

'Tá bem... Mas se não perdêssemos cinco minutos dos nossos dias a complicar o que é simples, não iríamos enveredar por raciocínios tão bizarros e ridículos como este que vos apresento:

A matemática é algo de fantástico: não só consegue tirar o sono a milhares de estudantes sem sequer lhes mostrar os dentes como nos consegue espantar pela forma subtil como apresenta as suas dissonâncias.
Enquanto pensava na divisão da minha pizza, comecei a pensar nela desta forma: "Uma pizza é uma pizza, e como pizza que é, é uma unidade. Uma unidade não é divisível por três. Um a dividir por três dá zero vírgula três três três... (estou a ser um bocado estúpido...) 3333333... Ou seja, teoricamente uma pizza não dá para dividir por três. Mas se dissermos que uma pizza é uma pizza e, como pizza que é, é tipicamente redonda, então estamos perante um ângulo de 360 graus susceptível de ser dividido. E, efectivamente, é possível dividir 360 por 3, resultando no valor de 120 graus, sem qualquer tipo de arredondamento. O bizarro da coisa é que, ao mesmo tempo, a pizza pode e não pode ser dividida por três pessoas."

Um exemplo mais simples: estamos perante uma tira de três quadradinhos de chocolate. Queremos dividir por três gulosos. Provavelmente será dado um quadradinho a cada guloso. Mas poderá existir um guloso iluminado que dirá assim: "Nah nah!! Isto é uma tira de chocalate. Nós somos três! Então, dois de nós vão comer 33% da tira de chocolate enquanto um comerá 34%!

...

...

Seguro de que me consegui exprimir de forma clara e, desta forma, dar-vos a compreender esta minha preocupação acerca das divisões, surge-me uma pergunta também ela típica: "será que estou a pensar numa cena altamente, ou será mais um daqueles pensamentos que me deixa em pulgas mas cujo único feedback que recebem é um "Opah, por favor cala-te!"".

É que nem quero saber. A parte gira de escrever em blogs é que ninguém me interrompe com uma discussão acesa acerca da tranferência do João Moutinho...

Umas boas férias para todos, e dêem uso às vossas giletes :)

Beijinhos e abraços.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pão com salsichas e a conveniência das acções

A meio da noite passada, diga-se, hoje de madrugada, aconteceu-me algo que me deixou a pensar! Não é que seja preciso algo para eu pensar, mas serviu mais como um reforço. Falei do sucedido com o meu amigo e colega "postador" CAPS e ele respondeu-me "é estúpido o suficiente!". Ora, visto que passou no "estupidómetro", penso que seria de valor partilhá-lo com os Internautas.

Eis que, por volta das 5h da manhã (sim), me deu a fome. Como animal que sou, também tenho essa necessidade básica de sobrevivência para satisfazer (ninguém é perfeito!) e levantei-me, depois de ter vindo do Piolho e ter estado a jogar computador deitado na cama, fui à cozinha e preparei um pão com salsichas. Como gosto de fazer aquilo que me apetece voltei para o quarto e como tinha o carregador do portátil ligado à ficha onde normalmente ligo o candeeiro da mesinha-de-cabeceira e tinha a "luz grande" desligada, fechei a porta do quarto, como normalmente faço, e sentei-me na cama, às escuras, a saborear o meu preparado. Estava a ter um momento, literalmente, delicioso, sem intromissões da Razão, ou de outra força divina qualquer, até que a minha mãe se levantou para ir trabalhar (como as pessoas normais fazem). Abriu a porta do meu quarto, para ver se eu já estava em casa, e viu-me naqueles preparos: em boxers, com cara de sono, a comer, sentado na cama, no escuro do meu quarto. E perguntou-me:
-"Quê que estás a fazer?"

A pergunta pareceu-me um bocado despropositada, visto que era óbvio que estava a comer. Apeteceu-me dizer que estava a estudar ou a tocar guitarra, mas visto que qualquer uma das respostas era ainda mais estúpida que a pergunta, disse-lhe a verdade:
-"Estou a comer."
-"Estás a comer a esta hora? Sentado na cama e de luzes apagadas?"

Este pequeno diálogo pôs-me a pensar...

Porque raio não posso comer as 5h da manhã? Só posso ter fome de dia, ou às horas, ditas, de refeição por excelência? Desculpem se me dá a fome fora de horas. E desculpem, também, se me apeteceu sentar-me, por acaso, na minha cama, e se fui amigo do ambiente e poupei luz. É que eu sei onde tenho a boca, não preciso de ver para comer. Como com a boca, não com os olhos (quer dizer, depende do que estivermos a falar... mas adiante).

Então, fui lavar os dentes para, finalmente, me ir deitar. E a minha mãe, que estava no quarto-de-banho a arranjar-se para sair para o trabalho, volta a dirigir-se a mim:
-"Vais lavar os dentes a esta hora?"

Porra, mas há horas para tudo? (pensei eu)
Quando me fui deitar, estava tão irritado que não consegui adormecer. Mas agora há horas para se fazer as coisas?
Não acham que já é constrangimento a mais nós, seres dotados de raciocínio, pensarmos demais antes de agirmos, para que, ainda por cima, haja constrangimentos de quando o devemos fazer e porquê?
Comer a horas tardias da noite, ou lavar os dentes de seguida, são só o exemplo mais trivial daquilo a que eu quero, realmente, chegar.

Quando nos apetece fazer algo, devemos fazê-lo. Já nos basta ter constrangimentos de liberdade quer da espécie a que pertencemos, quer da sociedade em que vivemos. Até porque, normalmente, os nossos primeiros palpites e impulsos para agir são os mais correctos. E depois há a parte psicológica da cena; quando não satisfazemos as nossas necessidades, o impulso que as provoca transforma-se num produto recalcado, enviado e "enterrado" no nosso inconsciente. Depois dão-se as neuroses. Isto de uma forma muito simplificada (grande Freud; por falar nisso, já deviam ter saído as notas das práticas de Psicologia Social e de Ética e Deontologia em Psicologia).

Mas onde quero eu chegar com isto? A conveniência daquilo que fazemos não depende dos horários marcados para cada uma das nossas acções, ou do sítio adequado para as praticar (desculpem se em vez de comer na cozinha quis comer no quarto), mas depende, sim, daquilo que no momento presente nós achamos que é o correcto, ou não fazer. Ou então só porque sim, porque não digo que o correcto fosse ir comer para o quarto de luzes apagadas, mas também não digo que fosse errado fazê-lo.

Por exemplo: "Ah e tal, estamos a meio de um exame não se pode mandar mensagens!!!" "Hey, qual é o mal professora?"... Pronto, reconheço que não é o melhor exemplo... Hmm... deixem cá ver... ah e tal "a esta hora?". Qual é o mal? É por estar de noite? É por veres a Lua em vez do Sol? A vida nocturna até acaba por ser mais saudável, se não veja-se: há menos poluição sonora e ambiental, menos trânsito, o sol provoca insolações e queimaduras e o buraco na camada de Ozono deixa entrar demasiados raios Ultra-Violeta que têm efeitos irreversíveis como o cancro da pele... Porquê que as lojas não estão abertas à noite? Porque não é conveniente!

Tretas (para não dizer asneiras, que somos pessoas bem educadas neste blog).
As coisas são para serem feitas no momento e não quando está estipulado por algo que ninguém sabe o que é, mas que segue fiel e cegamente como se tratasse da força de um Deus qualquer.
Quando as pessoas se zangam devem conversar sobre as coisas. Se não for conveniente, falam mais tarde. Porque faz-se as coisas quando faz mais sentido. Eu podia fazer este post noutra altura, mas achei que era conveniente agora, porque se não fizesse agora, só o faria por volta das 5h da manhã e a menos que alguém estivesse a comer pão com salsichas a essa hora, não o iam ler a não ser passadas algumas horas.

Já nos basta sermos assolados constantemente com limitações externas que nos reduzem o livre arbítrio e nos controlam o comportamento para, nós próprios, colocarmos entraves vindas de sei lá de onde, só porque não é a altura certa para fazer as coisas. Já basta pensarmos demais antes de agirmos para que quando tenhamos que o fazer não o fazermos porque não é a altura certa. Se sentirmos que o que queremos fazer está correcto, fazemos. Qual é o mal de sermos genuínos e espontâneos?

Claro que a nossa liberdade acaba quando começa a liberdade do outro. Temos de ter noção que não podemos andar para aí a fazer as coisas só porque sim, sem qualquer sentido, porque vivemos num mundo social, com pessoas como nós e que podemos magoar. Mas se virmos que as nossas acções são física e emocionalmente inofensivas, porque não agir? Será que magoei alguém por estar a comer pão com salsichas às 5h da manhã, sentado na cama, de boxers, às escuras? Não. Só mostrei que se pode comer pão com salsichas às 5h da manhã, sentado na cama, de boxers, às escuras. Nós crescemos com os outros e os outros crescem connosco, portanto vamo-nos começar a lembrar de que quando agimos, ensinamos aos outros como agir. E bem que podemos aprender com os outros e não lhes fazer aquilo que não querem que nos façam a nós, porque se não, da próxima vez que acordar às tantas da manhã quando a minha mãe vai trabalhar e a apanhar a comer na cozinha antes de sair de casa, digo-lhe que as horas do pequeno almoço são entre as 9h e as 11h.

Pois é, pensem nas coisas antes de as fazer, mas não deixem de as fazer por pensar nelas. Façam-nas...
Muito pão com salsichas à hora que vos apetecer!

Um bem-haja.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Amigos de Elevador

"Em tudo o que a Natureza opera, nada o faz por acaso"

Interessante frase, não? Mais interessante é tentar perceber a razão pela qual a citei, algo que nem eu nem niguém vai perceber.

Melhor mesmo é contextualizar o meu estado de graça: acabo de chegar a casa e sirvo-me das cervejas fresquinhas que estavam no meu frigorífico. Um estimado amigo meu, de nome Valter, acreditou, na sua inocência, que seria possível deixar as suas cervejas em minha casa sem que fossem consumidas de imediato. Pois então aproveito apenas para o informar que já não me deve o dinheiro das mesmas.

Falemos de coisas interessantes. Falemos daquelas coisas que as mentes sem filtro de censura costumam falar. Falemos daquelas coisas tão vulgares no nosso quotidiano que nem merecem a honra de serem pensadas.

3... 2... 1...

Todos nós temos amigos!! (aplausos!!) Todos nós temos amigos...

Temos os grandes amigos!!Temos aqueles parceiros de sempre, que não se importam de aturar as nossas "neuras" (uso o termo "neuras" para descrever aquele estado de espírito no qual nada está bem, mas como uso certas expressões meio estrangeiras no meio em que estou, prefiro clarificá-las de imediato), que dão um ou os dois braços para nos ajudar num caso de necessidade e que, para além de tudo isso, preenchem toda a componente... lúdica!, chamemos-lhe assim. Estão connosco nas festas, são os primeiros a cumprimentar-nos quando chegamos a qualquer lado, enfim, a nossa cara-metade que não pensa em nos levar para a cama.

Temos os amigos de ocasião. Não menos importantes que os grandes amigos!! Todos precisamos de amigos de ocasião, aqueles que preenchem o vazio entre o tédio de ver sempre os grandes amigos à frente e os momentos em que estamos sozinhos. Com eles falamos dos assuntos triviais, que nem de longe tocam o nosso íntimo e que servem única e exclusivamente para passarmos um bom momento de convívio.

Temos os inimigos. Esses não mercem mais que três palavras: que se fod*m!

Temos os desconhecidos. Esses apenas representam uns milhares de milhões de pessoas com as quais nunca interagimos.

E temos... agora sim, TEMOS (rufo na orquestra, suspense na plateia...) OS AMIGOS DE ELEVADOR!!

Todos nós já passamos por isto e eu, no meu modesto T1 num terceiro andar convivo com esta realidade todos os dias: entro num elevador tosco e normalmente mal lavado, juntamente com um sujeito que vive tão perto de mim que nem o conheço. Carrego num botão com o número três e pergunto "para onde vai?". O sujeito, normalmente carrancudo, nada me diz e carrega no andar correspondente ao seu apartamento. Depois disto é muito fácil. Apenas me passam estes pensamentos pela cabeça "0 - pois, cá estamos, não é...? Se calhar é melhor não dizer isto. Que ridículo... ; 1 - será que vale a pena começar conversa? Só estou eu e ele, parece que nem temos boca para falar... ; 2 - Deixa estar, também já estou quase a chegar. Foi um momemnto estúpido, mas ele também não fez melhor...; 3 - Cheguei! Que bom, adeus momento constrangedor...".

E ficamos por aqui. O que é certo é que, a partir daquele momento ganhamos um amigo de elevador! Sim, deixou de ser desconhecido... Não acontece com todos mas acontece com a maioria: a partir daquele momento, sempre que encontramos a sujeito que esteve connoosco no elevador, sentimo-nos como que obrigados a esboçar um tímido sorriso e dizer "bom-dia" (ainda que no meu vocabulário só exista o "boa-tarde" e o "boa-noite", por razões que um dia explicarei. Aliás explico já: eu tenho uma relação tão profunda com a minha almofada que só quero tê-la junto a mim durante toda a manhã, acordar com ela ao meu lado e dizer o quanto a amo). Ora, como já não podemos incluir os nossos conhecidos no elevador nos "desconhecidos", mas também não os podemos considerar sequer "amigos de ocasião", temos que lavrar neste momento um novo estatuto de amigo, ao qual eu, se me for permitido, chamarei "amigos de elevador".

Os "amigos de elevador" serão todos aqueles que provavelmente nem sequer o nosso nome sabem. No entanto sentem-se obrigados, por uma qualquer força que nos transcende, a cumprimentar-nos sempre que passamos por eles. Simples! Até têm uma certa importância para nós: pelo menos fazem-nos sentir reconhecidos na rua ou noutro qualquer sítio em que ninguém nos conhece. Não servem para nada mas, vendo bem, era um bocado chato vivermos sem eles. E agora que penso desta forma, começo a enumerar uma série de "amigos de elevador" que até agora desconhecia. Faz lembrar aquela altura em que definiram Plutão como "Planeta Anão". A partir daí surgiram uma série de novos planetas, pelo simples facto de encaixarem nessa nova definição de "Planeta Anão".

Enfim, a conversa já vai longa e não quero, de todo, deixar esta minha primeira intervenção demasiado extensa. Deixo-vos, portanto, com a definição de "Amigo de Elevador", algo que será tão importante para vós como a pesca do bacalhau no produção de microondas.

Ah, e já agora, espero que tenham gostado desta minha inovação de colocar aplausos e rufos no meio do texto. Eu sei que é estúpido, mas houve um rapaz no Kosovo que se ligou a Internet pela primeira vez e disse "olha que engraçado, este tipo é mesmo original".

Um abraço para ele...

...e façam a barba!

Génese

Hoje recebi uma mensagem...

Mas não era bem sobre isso que queria falar. Vinha em nome dos meus colegas "postadores" dar um cheirinho (sem flatulências) do propósito que a criação deste blog serve.

Ora, estava eu e o meu caro amigo CAPS em casa dele, supostamente, para estudar para um exame que nem um nem outro passou ainda, quando eu me lembrei, na altivez da minha genialidade, de ir ao Piolho. E ele então disse "vou fazer a barba". E foi. Eis que me surgiu, como que a maçã que caiu na cabeça de Newton, ou a Eureka de Euclides, a ideia de criar um blog com esse nome. Só porque sim. Só porque a Internet mo permite. (Coisa engraçada a Internet)

Contactámos o nosso caro amigo Rhiakath d'Angoulême (que podia ter um nome mais fácil de escrever, para não ter que fazer copy paste sempre que o quisesse referir) para o aliciar/convencer em jeito de convite a participar também nesta, extremamanete, louca aventura que é... escrever coisas. Falámos com o nosso amigo Zé Arroz (?) porque contamos com a sua extrema qualidade para falar sobre nada; também só porque sim.

E então assim foi.

Não vamos promover partidos políticos (embora os possamos criticar descaradamente), nem tomar partidos de equipas de futebol (embora desista de ser sócio do FCP se para o ano não for campeão) e muito menos falar mal de pessoas (...). Pretendemos, apenas, mostrar a clareza dos casos mais complexos e obscuros que nos assolam ou falar de coisas triviais e mostrar-vos que, essas coisas, podem ter lados mais importantes do que aquele que, à partida, conseguimos decifrar.
Não sei bem de que que estou a falar, mas também não interessa, porque normalmente um parto é complicado, mas depois a criança cresce e cresce e cresce!! O que custa é sair de lá de dentro, depois o desenvolvimento é algo tão natural como a própria concepção (exceptuando In Vitros). E assim, com "pais", ou melhor, "educadores" como nós, penso que a criança tem muito por onde crescer... e de forma saudável, se bem que, por vezes, um pouco confusa. Mas quem não o é?

Não sei se me estou a estender muito no discurso porque estou a escrever isto em janela pequena, porque não me apetece largar o teclado e pegar no rato para a maximizar, mas gostava só de deixar o meu apreço aos meus caros amigos e colegas de blog e que se avizinhem longos tempos de posts autênticos e engraçados.

Gostava de deixar os agradecimentos à Coca-Cola pelo patrocínio e à Nike pela recusa (ainda se vão arrepender).
E já agora à minha mãe porque me deixou ficar acordado depois das 21:30 porque lhe disse que ia estudar. Coitada... anda ela a criar um filho para ele andar nesta má vida a "escrever na net".

Aos leitores (?) deixo o meu agradecimento pela paciência de lerem aquilo que nem eu próprio sei porquê que fiz, na ânsia de, um dia, encontrar sentido...

Hoje ele nasce, amanhã faz a barba e um dia mais tarde já vamos ao seu casamento... Como crescem as crianças!