Olá!
Pois é, já não dava sinais de vida há um tempinho valente. "Oh, não foi assim há tanto tempo" dizem vocês. Ao que eu respondo: "É relativo!". E é relativo porquê? Ora veja-se: 10 minutos podem não parecer nada numa vida inteira, assumindo que se fala de uma vida de 70/75 anos. Mas 10 minutos num exame já dá para fazer uma perguntinha que vai decidir a nossa passagem! "Ah e tal mas mesmo na vida de 70/75 anos 10 minutos podem ser muita coisa porque o que interessa não é a duração mas sim a intensidade dos momentos". Está bem, mas não me apetece falar disso!
Vinha aqui falar de algo que vivi recentemente. Gostava de já ter partilhado isto com os milhares e milhares de pessoas que, diariamente, visitam este blog, mas só agora é que acordei de um sonho de 11 dias, em que vivia num paraíso. Não vou descrever porque iria causar uma onda de inveja geral e não quero gerar conflitos, mas garanto-vos que foi, de facto, um paraíso aquilo que vivi nos últimos dias.. O meu caro Rhiakath d'Angoulême (e não fiz copy paste desta vez) que o diga.
Como estava a dizer, procuro partilhar algo convosco: a vida sem preocupações!
"Que horas são?"
"Quê que isso interessa?"
"Nada, tens razão!"
E não tínhamos horas para fazer nada, porque fazíamos quando nos apetecia (não se preocupem que não vou voltar a falar de pão com salsichas!). Todo o pequeno pormenor nos parecia indispensável, porque quando vivemos a vida sem preocupações e sem nada que nos atormente, conseguimos tirar melhor partido de tudo aquilo que nos rodeia. Repare-se:
à beira da piscina, tínhamos uma pequena sombra proporcionada por umas tábuas de madeira que eram cobertas por uma hera que terminava em forma de repa (ou franja). Quantas vezes não me sentei lá só a saborear aquela sombra e a vista magnífica que tínhamos para as montanhas e vales que nos cercavam e para o rio Douro que reflectia o Sol... Mas só me foi possível fazê-lo porque não tinha nada que me preocupasse (e porque o Zé me convidou para ir para casa dele de férias xD). Se estivesse angustiado, preocupado, ou com algo para fazer (por exemplo estudar para exames) não o faria porque mesmo que não estivesse ocupado a resolver o problema, não iria saber aproveitar convenientemente o tempo...
Levantava-me, normalmente, por volta das 16h, mas, mesmo assim, o dia parecia-me maior do que nunca! Não me preocupava por me levantar "tarde" (outra vez pão com salsichas?)! O Sol até se punha mais tarde e tudo, para eu aproveitar o dia (ninguém me tira da cabeça que foi um bónus por viver sem preocupação).
Onde é que eu quero chegar com isto? Viver sem preocupações só vai fazer com que consigamos aproveitar melhor os nossos dias e todas as actividades que normalmente realizamos sem lhes atribuir o devido valor. Sentar-me à sombra seria algo completamente normal num dia comum do dia-a-dia actual. Mas sentar-me à sombra sem preocupações, podendo aproveitar para apreciar e saborear o mais pequeno pormenor que daí advém, já é algo que não se faz todos os dias.
Sei que seria um texto completamente utópico se a sua moral fosse: "Ah e tal vivam sem preocupações". Pois então que seja: "Vivam sem preocupações". Não digo que não se preocupem, mas vivam sem se preocupar; já nos basta quando temos mesmo problemas com os quais temos que nos preocupar e aplicar para resolver, para vivermos constantemente em busca de algo que nos tire a paz. Parece-me que o ser humano tem mesmo esta capacidade, a de atrair preocupações ("Ah estou tão feliz agora.... mas não sei, acho que isto não vai durar para sempre.. se calhar algo corre mal e eu não sei.... Oh, agora vou ficar a pensar nisto... Que merda, estou preocupado!").
Pensem nisso, mas sem se preocuparem.
Deixo-vos isto ao som de Bob McFerrin - Don't Worry Be Happy...
Pode ser que para a próxima venha falar de dinheiro, ao som de Money dos Pink Floyd xD
PS: Para quem não percebia até agora, acho que acabei de tornar um pouco mais clara a troca de "Yes!" que se vê frequentemente entre os "postadores" deste blog!
Os melhores cumprimentos!
3 comentários:
Ok. Aviso-te já que te vou invejar durante algum tempo. Apesar de estar a aproveitar estas férias da melhor forma que posso, a verdade é que ainda não consegui deixar de lado algumas preocupações, alguns problemas que apareceram e que me estão a angustiar demasiado, não me deixando viver sem preocupações este tempo de férias que sem elas podiam ser muito melhores.
Creio que existem duas formas, completamente opostas, de se aproveitar efectivamente um momento banal como se fosse o melhor gelado do mundo:
A primeira é efectivamente a forma como descreveste: sem qualquer preocupação, sem qualquer compromisso, sem a pressão das horas, sem a pressão dos outros, sem a pressão de nada. E assim, de cabeça leve, tudo faz sentido e a vida é agradável!
Paradoxalmente, acho que um grande problema que nos atormente poderá fazer com que nos deliciemos com "merdices" que, em condições normais, não apreciaríamos. Por exemplo, e em escala reduzida, quando estamos a estudar no duro para um exame, a pausa do café é deliciosa, torna-se nos melhores 5 minutos das últimas horas. E isso só é possível porque para além desta pausa, só existe estudo, trabalho, sacrifício.
Se pensarmos no extremo, podemos referir doentes terminais de uma doença qualquer, como um cancro: incompreensivelmente vivem os seus últimos dias, ou meses, ou anos, de uma forma muito mais intensa e muito mais voltada para os prazeres que a vida oferece. Fiquei com esta noção depois de ter lido o último livro a propósito do António Feio "Não deixem nada por dizer, nem nada por fazer", já depois de se ter dado conta do desfecho inevitável da sua doença.
O que não significa que um caso sejam casos, não é?
Oh cesar, apesar de teres falado/escrito mesmo bem, e devido à minha falta de inspiração momentanea, so me apetece mesmo mandar-te foder!
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